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Ezoognósia

A Ezoognósia é o estudo do exterior dos animais domésticos. É a ferramenta mais importante na seleção genética dos equinos pelo homem desde a domesticação da espécie. A Ezoognósia compreende o conhecimento da denominação das Regiões Zootécnicas, das diferentes cores, tipos e particularidades dos pelos que compõem a Pelagem, dos tipos e direções da Cabeça e Pescoço,  das caraterísticas do Tronco e da direção dos Membros. Para melhor julgamento da morfologia externa é necessário o conhecimento da anatomia, principalmente a Osteologia, no que diz respeito aos nomes, localização e direção dos principais ossos.

        Atualmente, a seleção genética dos cavalos ainda depende da avaliação morfológica. As raças atuais de equinos seguem criteriosos padrões, os quais orientam a valorização comercial e a escolha de reprodutores, baseados em critérios raciais e funcionais. Os principais eventos para os julgamentos morfológicos são as feiras de exposição realizadas pelas associações de criadores.


Cabeça 

A cabeça deve ser avaliada considerando seu tamanho, forma, perfil cefálico, direção e ligação.

Tamanho: Uma cabeça perfeita deve ser, primeiramente, proporcional ao tamanho do cavalo, sendo mediana no seu comprimento e no seu peso. Esta região é também importante no deslocamento do indivíduo, pois o centro de gravidade do cavalo é deslocado para frente ou para trás com o abaixamento ou elevação da cabeça, auxiliando a troca no apoio dos membros. O tamanho da cabeça é uma característica considerada funcional e racial.

Forma: Basicamente esta característica é racial e deve ser avaliada observando-a de frente. Quando apresenta comprimento médio, olhos próximos e chanfro mais largo é chamada de retangular, quando é curta, olhos afastados, e chanfro estreito é identificada como triangular.

Perfil cefálico: O perfil cefálico pode ser retilíneoconvexilíneo ou concavelíneo. Deve-se lembrar que as características relacionadas à forma e ao perfil variam entre as diferentes raças e até entre indivíduos, mas pouco influenciam no desempenho funcional dos equinos.

Direção: Esta característica também deve ser avaliada com o cavalo em estação natural , em estado atenção e sem arreios de condução. A direção da cabeça, avaliada de perfil, apresenta um ângulo em relação à horizontal (chão). O ângulo formado por uma linha imaginária determina a direção da cabeça que pode ser:

  • Diagonal: Quando forma um Ã¢ngulo de 45° com a horizontal e 90° com a direção do pescoço. Esta direção é considerada ideal porque a cabeça fica equidistante dos extremos de flexão e extensão, o que facilita a movimentação, comandada pelas rédeas e o freio (ou bridão) que se apoia corretamente sobre as barras, bem como oferece melhor visualização dos obstáculos. Direções diferentes à Diagonal são consideradas inadequadas para o cavalo de sela, estas são denominadas:
  • EncapotadaQuando forma um ângulo maior do que 45° com a horizontal. Esta direção é considerada incoveniente, pois além de limitar o campo visual, promove aumento do peso suportado nos membros anteriores pelo deslocamento do centro de gravidade.
  • Horizontal: Quando forma um ângulo menor do que 45º com a horizontal. Esta direção também é inconveniente, pois o apoio do freio (ou bridão) pode ocorrer nos pré-molares e na fissura labial, o que prejudica a condução do indivíduo. O campo visual do cavalo fica prejudicado impedindo a visualização de objetos próximos.

Ligação: Considera-se ligação, a junção da cabeça com pescoço a qual é muito importante no equilíbrio dos cavalos de sela. Pode ser denominada balancim céfalo-cervical, devido ao fato de ser o ponto de equilíbrio do cavalo para a realização dos diferentes andamentos. Para uma perfeita avaliação da ligação da cabeça com o pescoço devemos observá-la de perfil onde identificaremos três situações distintas:

  • Normal: Quando a cabeça apresenta-se bem associada ao pescoço, nem muito destacada nem muito unida, o que é sempre desejável.
  • Descosida: Quando destacada do pescoço. É indesejável, pois a musculatura de sustentação apresenta-se debilitada para suportar o peso da cabeça dificultando a movimentação e o próprio equilíbrio do cavalo.
  • EmbutidaQuando extremamente unida ao pescoço, o que pode proporcionar dificuldade de movimentação desta região prejudicando o comando do cavaleiro.

Pescoço

O pescoço deve ser avaliado, também de perfil, considerando o seu tamanho, forma e direção.

Tamanho: O pescoço deve ser proporcional ao corpo do cavalo, para um perfeito equilíbrio entre a cabeça e o tronco.

Forma: A forma do pescoço é avaliada analisando-se os bordos superior e inferior, onde identificaremos três situações distintas:

  • Piramidal: Quando os bordos superior e inferior são retilíneos e convergem para a cabeça, lembrando um triângulo;
  • Rodado: Quando o bordo superior é todo convexo, podendo esta convexidade apresentar-se pouco acentuada (sub-convexo);
  • Cisne: Quando a metade superior apresenta-se convexa e a inferior retilínea.

As formas citadas acima são desejáveis desde que estas obedeçam o padrão da raça a qual o cavalo pertence, portanto a forma do pescoço é um atributo racial. Também devemos ficar atentos quando avaliamos os reprodutores, pois a maioria apresenta ligeira convexidade no bordo superior, mesmo nas raças em que o padrão indica pescoço piramidal. Esta característica está relacionada com a diferenciação sexual.

Direção: Avaliando-se o cavalo de perfil, observamos a direção assumida pelo pescoço em relação à cabeça, ao tronco ou à horizontal. Três situações distintas poderão ser identificadas:

  • Diagonal: Aquela direção em que o eixo médio do pescoço forma um ângulo de 90º com a cabeça e 45º com a horizontal. Esta direção é a ideal, pois proporciona a melhor harmonia na ligação com a cabeça e com o tronco, além de distribuir corretamente a massa corporal aos membros anteriores e posteriores. A distribuição da massa corporal nos cavalos que apresentam cabeça e pescoço com tamanhos e direções ideais pode ser considerada como de 55% nos membros anteriores e 45% nos membros posteriores.
  • Horizontal: Quando o ângulo com a horizontal é menor do que 45º. Também considerada indesejável, essa direção do pescoço promove aumento no peso suportado pelos membros anteriores.
  • Vertical: Quando o ângulo do pescoço com a horizontal é maior do que 45º. Essa direção é indesejável, pois aumenta o peso suportado nos membros posteriores, desloca o centro de gravidade, promove a direção horizontal da cabeça e predispõe a lordose. Esta direção também é denominada de invertida, pois normalmente há tendência do bordo inferior do pescoço apresentar ligeira convexidade o que projeta o conjunto cabeça e pescoço para trás.

Tronco

No tronco, as diferentes regiões devem ser avaliadas de perfil, separadamente e em conjunto.

Cernelha

É a denominação zootécnica para o processo espinhoso das vértebras torácicas. A cernelha Ã© utilizada para verificar a altura dos animais domésticos e, especificamente nos equinos, serve de apoio na acomodação da parte anterior da sela, impedindo que esta fique solta no dorso e sujeita à rotação. Para esta função é necessário uma cernelha bem conformada: relativamente alta e longa com boa cobertura muscular. Quando apresenta-se inaparente Ã© indesejável, pois não acomoda de maneira correta a sela. Apresentando-se excessivamente alta também é inconveniente, podendo sofrer lesões no momento da utilização da sela.
 

Dorso e Costado

dorso Ã© a região da coluna vertebral associada às vértebras torácicas inseridas no esterno, que oferece maior sustentação ao peso do cavaleiro. Esta região deve ser avaliada de perfil, onde devem ser observadas as seguintes características:

Direção: deve ser quase que paralelo ao solo ou ligeiramente em aclive quando dirigido para o lombo e garupa.

Forma: deve ser médio nos cavalos de sela, resultando em costelas com bom arqueamento e profundidade. Nos cavalos detração, largo, curto e relativamente profundo, indicando uma constituição robusta. É indesejável que a região dorsal se apresente cortante, isto é, com proeminência do processo espinhoso das vértebras dorsais.

costado Ã© a região referente aos arcos costais (costelas) e em conjunto com o dorso sustenta maior parte do peso do cavaleiro. Esta região também refere-se ao tórax que aloja os pulmões e coração. Desta forma, o arqueamento lateral do costado é desejável porque indica maior capacidade cardíaca e respiratória. Além do arqueamento, também é desejado profundidade, que é a distância entre a linha dorso-lombar e o ventre.

Lombo e Flanco (Vazio)

As vértebras lombares do lombo são flutuantes, isto é, não há inserção no osso esterno. Esta particularidade não permite a esta região a sustentação adequada de peso. O lombo deve ser contínuo ao dorso e não deve ser côncavo nem convexo.

flanco Ã© a região imediatamente abaixo do lombo e não apresenta arcos costais e, consequentemente, não auxilia na sustentação do peso do cavaleiro.  Devido a isto, o lombo deve ser curto, proporcional ao dorso e musculoso.linha dorso-lombar.

Linha Dorso-Lombar

A direção da linha dorso-lombar é uma característica funcional e racial. Funcional, porque oferece sustentação ao peso do cavaleiro, portanto, deve ser paralela ao solo imediatamente após a cernelha e em ligeiro aclive em direção à garupa. O desvio mais frequente nos cavalos é a lordose (selado ou côncavo), os menos frequentes são a cifose (convexo) e a escoliose (em “s” quando observada de cima). Racial, porque na aptidão esportiva (velocidade) são encontrados animais com a LDL em aclive para a garupa e na aptidão andamentos com LDL paralela ao solo.

Ancas

As ancas referem-se às tuberosidades ilíacas e devem serobervadas de perfil e de trás. A principal característica é a simetria, além da amplitude que deve ser proporcional ao tronco. Constitui defeito grave os indivíduos com ancas assimétricas em seu posicionamento, estes são denominados zootecnicamente de náfegos.

Garupa

A região denominada de garupa envolve todos os ossos pélvicos (íleos, ísqueos e púbis), desde as ancas até as nádegas. Deve ser avaliada tanto de trás quanto de perfil, onde são identificados os diferentes tipos e direções.

Tipo: O tipo de garupa depende do desenvolvimento da musculatura nesta região e pode ser:

  • Simples: quando a convexidade na porção superior da garupa é única. Presente na maioria das raças de sela.
  • Dupla: quando a convexidade é dupla e apresenta grande desenvolvimento muscular. Presente nas raças de tração e em algumas raças de sela que possuem aptidão para arranque e velocidade, como o P.S.I. e o Quarto de Milha.
  • Cortante: quando as ancas apresentam-se em nível abaixo da porção média da garupa (osso Sacro), apresenta-se na forma triangular quando observada de trás. É aceitável somente em éguas que se apresentam próximas ao momento do parto, em outras categorias é indesejável.

Direção: direção da garupa deve ser avaliada de perfil. Para melhor compreensão desta característica traça-se uma linha imaginária que une a anca com a ponta da nádega e quando projetada apresenta um ângulo com a horizontal, que determina a direção. Assim temos:

  • Horizontal: quando a linha imaginária forma um ângulo de aproximadamente 25º com a horizontal;
  • Inclinadaquando forma um ângulo de aproximadamente 35º com a horizontal;
  • Oblíqua: quando o ângulo formado é de aproximadamente 45º com a horizontal;

A direção da garupa está, relativamente, relacionada com a aptidão do cavalo, onde garupa horizontal ou inclinada são indicadas à sela, seja passeio, esporte ou trabalho e a oblíqua para animais de tração média e pesada. Garupa com inclinação ausente ou acentuada (derreada) são sempre indesejadas.

Peito

peito deve apresentar-se largo e forte com boa musculatura, indicando tórax bem desenvolvido.


Membros anteriores e posteriores

Os membros sustentam, movem e impulsionam o corpo dos equinos. Possuem estruturas especializadas a amortecer as reações produzidas durante o deslocamento. Os membros anteriores, sustentam e amortecem aproximadamente 55% do peso total do cavalo, enquanto os posteriores 45%. Devido a esta característica os membros anteriores estão mais vulneráveis aos traumatismos. Para a melhor distribuição das forças de sustentação e deslocamento e maximizar o desempenho do cavalo é necessário que os membros apresentem aprumos corretos. As Regiões Zootécnicas dos membros são nominadas de acordo com a estrutura óssea (Osteologia) que as compõem e o conhecimento da localização destas regiões é fundamental para análise da conformação. Estas regiões são avaliadas de acordo com o tamanho, cobertura muscular, angulosidade e proporção entre as mesmas.

Membros Anteriores

Espádua ou Paleta: É a região do osso escápula, situada abaixo da cernelha e acima do braço. Deve ser avaliada de perfil, observando-se a cobertura muscular  e a inclinação (ângulo formado com a horizontal). Este ângulo em média é de 55 º, mas pode variar entre os indivíduos. Quando o ângulo apresentado for menor que  55 º é denominada oblíqua. Esta angulosidade permite ampla projeção dos membros anteriores, o que normalmente está relacionado a andamentos desenvolvidos com maior suavidade. Esta característica é importante para raças marchadoras, como o Mangalarga Marchador, Campolina e Campeiro. Se o ângulo for maior que 55º é denominada vertical e, consequentemente, não permitirá adequada projeção dos membros anteriores na torca dos apoios e o amortecimento do impacto com o solo será menor.

Braço: Região relativa ao osso úmero, está situada entre a espádua e o codilho, deve apresentar-se com linhas angulares o que favorece a amplitude dos andamentos.

Codilho: Região situada na porção posterior do braço acima do antebraço, relativo à extremidade da ulna. Deve ser dirigido para trás sem desvios no membro.

Antebraço: Região do osso rádio e está entre o codilho e o joelho. Deve estar perpendicular ao solo e com tamanho proporcional ao membro, para não prejudicar os movimentos durante a movimentação. A face medial (interna) dos antebraços possuem uma saliência queratinizada denominada castanha.

Joelho: É a região dos ossos cárpicos e está situada entre o antebraço e a canela. Deve apresentar boa área de sustentação e sem saliências ósseas.

Canela: Região relativa ao III metacárpico e situa-se entre o joelho e o boleto. Deve ser perpendicular ao solo, sem desvios, sem saliências ósseas e de tamanho proporcional aos outros ossos do  membro.

Boleto: Região situada entre a canela e a quartela. Na parte posterior apresenta uma formação córnea recoberta ou não por pêlos, denominada machinho. O boleto deve ser contínuo à canela sem saliências laterais ou anteriores.

Quartela: É a região da falange proximal e média entre o boleto e a coroa do casco. Não deve apresentar desvios laterais. A quartela ideal é aquela que apresenta tamanho médio, proporcional ao membro e angulosidade paralela à paleta. Se a quartela for curta há maior possibilidade de que a angulosidade diminua e esta apresente-se mais vertical (ângulo maior que o da paleta com o solo). Esta angulosidade não permite correto amortecimento dos impactos do membro com o solo, o que diminui a comodidade dos andamentos e acarreta maior impacto nas articulações de membro. Se a quartela for longa há maior possibilidade de que a angulosidde aumente e esta apresente-se mais horizontal (ângulo menor que o da paleta com o solo). Esta angulosidade aumenta a tensão nos tendões flexores, os quais são responsáveis pro manter a inclinação da quartela.

Casco: É o estojo córneo que recobre as extremidades dos membros com finalidade de sustentação e proteção da extremidade do membro. O casco deve ser contínuo à quartela, sem mudança no ângulo formado pelo conjunto. A forma ideal do casco deve assumir a proporção de 2:1 (pinça:talão) , quando avaliado de perfil e simétrico quando avaliado de frente. Proporções ou direções diferentes são sempre indesejadas, porque alteram os movimentos no deslocamento e no apoio, o que leva a desgaste irregular dos cascos. O casco que apresenta maior proporção é denominado achinelado  e menor encastelado. Nos membros anteriores, a forma  dos cascos é mais arredondada do que nos membros posteriores.

O casco é constituído por várias estruturas com denominações e funções distintas. Estas estruturas devem ser avaliadas verificando-se a integridade e a funcionalidade das mesmas. Assim temos:

Coroa do casco (Perioplo): Situada na parte superior do estojo córneo, formando uma linha transversal ao membro. É a região de crescimento da muralha;

Muralha: Ã‰ a porção queratinizada, mais resistente e visível do casco, quando este está apoiado no solo. Pode ser pigmentado de cor preta, sem pigmentação, branco ou parcialmente pigmentado, rajado. A pigmentação não interfere na resistência da muralha, apenas na capacidade de retenção de umidade. Os cascos despigmentados possuem maior capacidade de reter água na estrutura. A parte anterior da muralha é denominada pinçaa lateral intermediária quartos e a posterior talãoA muralha, em todo contorno, é o principal ponto de apoio dos cascos no solo.

A porção inferior do casco (face plantar) apresenta forma côncava e o contorno da muralha projeta-se para o centro do casco. Esta projeção denomina-se barras. As barras servem como fator de resistência à abertura do casco quando ocorre apoio no solo;

Sola: Ocupa a maior parte da face plantar do casco. Sua função é a proteção da falange distal. Naturalmente côncava, a sola não permanece em contato com o solo. Esta região deve estar intimamente aderida à muralha do casco. Esta união é denominada linha branca;

RanilhaEm forma de cunha, localiza-se na metade posterior do casco, entre as barras. É de consistência mais macia e elástica do que a sola e a muralha.

O processo de abertura e fechamento do casco na região do talão, contido pelas barras, permite que a ranilha toque suavemente ao solo e auxilie no amortecimento do casco com o solo. Este mecanismo auxilia também o retorno do sangue da extremidade do membro à grande circulação, o que levou a ranilha a ser denominada “coração do casco.”


        Membros Posteriores

        Nádega: Região situada abaixo da porção inferior da garupa estendendo-se até o jarrete. Pode apresentar-se musculosa com linhas arredondadas ou seca com linhas quase que perpendiculares ao solo.

        Coxa: Região relativa ao osso femur, situada entre a garupa, a nádega e a soldra (rótula ou patela). Deve ser longa e musculosa promovendo movimentos com maior amplitude nos membros posteriores.

        Soldra: Ã‰ a região articular entre a coxa e a perna, onde encontra-se a rótula ou patela. Deve apresentar-se alinhada com o membro posterior. Não deve possuir desvios laterais para proporcionar movimentos adequados durante os andamentos.

        Perna: Ã‰ a região dos ossos tíbia e fíbula, localizada entre a soldra e o jarrete. Deve apresentar-se longa, musculosa e alinhada com o membro posterior. Forma um ângulo aproximado de 60º com a horizontal.

        Jarrete: Região localizada entre a perna e a canela, representa os ossos tarsos e o calcâneo. Na face interna apresenta-se curvo e é denominada de curvilhão. Deve apresentar-se longo e bem alinhado com o membro. A face medial do jarrete possui uma saliência queratinizada denominada castanha.

        Canela: Região dos metatarsos, situada entre o jarrete e o boleto. Deve apresentar-se perpendicular ao solo, sem desvios, sem saliências ósseas e de tamanho proporcional ao membro.

        Boleto: Região situada entre a canela e a quartela. Na parte posterior apresenta uma formação córnea recoberta ou não por pêlos, sendo denominada machinho. O boleto deve ser contínuo à canela sem saliências laterais ou anteriores.

        Quartela: Ã‰ a região da falange proximal e média entre o boleto e a coroa do casco. Deve apresentar-se sem desvios laterais e também devemos avaliar o seu tamanho e sua inclinação. A quartela ideal é a que possui tamanho médio, proporcional ao membro. A quartela curta não permite correto amortecimento dos impactos do membro com o solo diminuindo a comodidade do andamento, enquanto que a longasobrecarrega os tendões flexores, que mantém a inclinação da quartela. Normalmente a inclinação da quartela dos membros posteriores é pouco mais acentuada que a inclinação da paleta.

        Casco: Os cascos dos membros posteriores diferem somente pela sua forma mais alongada, quando comparados aos cascos dos membros anteriores que são mais arredondados.


Membros anteriores e posteriores

Os membros sustentam, movem e impulsionam o corpo dos eqüinos. Possuem estruturas especializadas a amortecer as reações produzidas durante o deslocamento. Os membros anteriores, sustentam e amortecem aproximadamente 55% do peso total do cavalo, enquanto os posteriores 45%. Devido a esta característica os membros anteriores estão mais vulneráveis aos traumatismos. Para a melhor distribuição das forças de sustentação e deslocamento e maximizar o desempenho do cavalo é necessário que os membros apresentem aprumos corretos. As Regiões Zootécnicas dos membros são nominadas de acordo com a estrutura óssea (Osteologia) que as compõem e o conhecimento da localização destas regiões é fundamental para análise da conformação. Estas regiões são avaliadas de acordo com o tamanho, cobertura muscular, angulosidade e proporção entre as mesmas.

        Membros Anteriores

        Espádua ou Paleta: Ã‰ a região do osso escápula, situada abaixo da cernelha e acima do braço. Deve ser avaliada de perfil, observando-se a cobertura muscular  e a inclinação (ângulo formado com a horizontal). Este ângulo em média é de 55 º, mas pode variar entre os indivíduos. Quando o ângulo apresentado for menor que  55 º é denominada oblíqua. Esta angulosidade permite ampla projeção dos membros anteriores, o que normalmente está relacionado a andamentos desenvolvidos com maior suavidade. Esta característica é importante para raças marchadoras, como o Mangalarga Marchador, Campolina e Campeiro. Se o ângulo for maior que 55º é denominada vertical e, consequentemente, não permitirá adequada projeção dos membros anteriores na torca dos apoios e o amortecimento do impacto com o solo será menor.

        Braço: Região relativa ao osso úmero, está situada entre a espádua e o codilho, deve apresentar-se com linhas angulares o que favorece a amplitude dos andamentos.

        Codilho: Região situada na porção posterior do braço acima do antebraço, relativo à extremidade da ulna. Deve ser dirigido para trás sem desvios no membro.

        Antebraço: Região do osso rádio e está entre o codilho e o joelho. Deve estar perpendicular ao solo e com tamanho proporcional ao membro, para não prejudicar os movimentos durante a movimentação. A face medial (interna) dos antebraços possuem uma saliência queratinizada denominada castanha.

        Joelho: Ã‰ a região dos ossos cárpicos e está situada entre o antebraço e a canela. Deve apresentar boa área de sustentação e sem saliências ósseas.

        Canela: Região relativa ao III metacárpico e situa-se entre o joelho e o boleto. Deve ser perpendicular ao solo, sem desvios, sem saliências ósseas e de tamanho proporcional aos outros ossos do  membro.

        Boleto: Região situada entre a canela e a quartela. Na parte posterior apresenta uma formação córnea recoberta ou não por pêlos, denominada machinho. O boleto deve ser contínuo à canela sem saliências laterais ou anteriores.

        Quartela: Ã‰ a região da falange proximal e média entre o boleto e a coroa do casco. Não deve apresentar desvios laterais. A quartela ideal é aquela que apresenta tamanho médio, proporcional ao membro e angulosidade paralela à paleta. Se a quartela for curta há maior possibilidade de que a angulosidade diminua e esta apresente-se mais vertical (ângulo maior que o da paleta com o solo)Esta angulosidade não permite correto amortecimento dos impactos do membro com o solo, o que diminui a comodidade dos andamentos e acarreta maior impacto nas articulações de membro. Se a quartela for longa há maior possibilidade de que a angulosidde aumente e esta apresente-se mais horizontal (ângulo menor que o da paleta com o solo). Esta angulosidade aumenta a tensão nos tendões flexores, os quais são responsáveis pro manter a inclinação da quartela.

        Casco: Ã‰ o estojo córneo que recobre as extremidades dos membros com finalidade de sustentação e proteção da extremidade do membro. O casco deve ser contínuo à quartela, sem mudança no ângulo formado pelo conjunto. A forma ideal do casco deve assumir a proporção de 2:1 (pinça:talão, quando avaliado de perfil e simétrico quando avaliado de frente. Proporções ou direções diferentes são sempre indesejadas, porque alteram os movimentos no deslocamento e no apoio, o que leva a desgaste irregular dos cascos. O casco que apresenta maior proporção é denominado achinelado  e menor encastelado. Nos membros anteriores, a forma  dos cascos é mais arredondada do que nos membros posteriores.

O casco é constituído por várias estruturas com denominações e funções distintas. Estas estruturas devem ser avaliadas verificando-se a integridade e a funcionalidade das mesmas. Assim temos:

Coroa do casco (Perioplo): Situada na parte superior do estojo córneo, formando uma linha transversal ao membro. É a região de crescimento da muralha;

Muralha: Ã‰ a porção queratinizada, mais resistente e visível do casco, quando este está apoiado no solo. Pode ser pigmentado de cor preta, sem pigmentação, branco ou parcialmente pigmentado, rajado. A pigmentação não interfere na resistência da muralha, apenas na capacidade de retenção de umidade. Os cascos despigmentados possuem maior capacidade de reter água na estrutura. A parte anterior da muralha é denominada pinçaa lateral intermediária quartos e a posterior talãoA muralha, em todo contorno, é o principal ponto de apoio dos cascos no solo.

A porção inferior do casco (face plantar) apresenta forma côncava e o contorno da muralha projeta-se para o centro do casco. Esta projeção denomina-se barras. As barras servem como fator de resistência à abertura do casco quando ocorre apoio no solo;

Sola: Ocupa a maior parte da face plantar do casco. Sua função é a proteção da falange distal. Naturalmente côncava, a sola não permanece em contato com o solo. Esta região deve estar intimamente aderida à muralha do casco. Esta união é denominada linha branca;

RanilhaEm forma de cunha, localiza-se na metade posterior do casco, entre as barras. É de consistência mais macia e elástica do que a sola e a muralha.

O processo de abertura e fechamento do casco na região do talão, contido pelas barras, permite que a ranilha toque suavemente ao solo e auxilie no amortecimento do casco com o solo. Este mecanismo auxilia também o retorno do sangue da extremidade do membro à grande circulação, o que levou a ranilha a ser denominada “coração do casco.”


        Membros Posteriores

        Nádega: Região situada abaixo da porção inferior da garupa estendendo-se até o jarrete. Pode apresentar-se musculosa com linhas arredondadas ou seca com linhas quase que perpendiculares ao solo.

        Coxa: Região relativa ao osso femur, situada entre a garupa, a nádega e a soldra (rótula ou patela). Deve ser longa e musculosa promovendo movimentos com maior amplitude nos membros posteriores.

        Soldra: Ã‰ a região articular entre a coxa e a perna, onde encontra-se a rótula ou patela. Deve apresentar-se alinhada com o membro posterior. Não deve possuir desvios laterais para proporcionar movimentos adequados durante os andamentos.

        Perna: Ã‰ a região dos ossos tíbia e fíbula, localizada entre a soldra e o jarrete. Deve apresentar-se longa, musculosa e alinhada com o membro posterior. Forma um ângulo aproximado de 60º com a horizontal.

        Jarrete: Região localizada entre a perna e a canela, representa os ossos tarsos e o calcâneo. Na face interna apresenta-se curvo e é denominada de curvilhão. Deve apresentar-se longo e bem alinhado com o membro. A face medial do jarrete possui uma saliência queratinizada denominada castanha.

        Canela: Região dos metatarsos, situada entre o jarrete e o boleto. Deve apresentar-se perpendicular ao solo, sem desvios, sem saliências ósseas e de tamanho proporcional ao membro.

        Boleto: Região situada entre a canela e a quartela. Na parte posterior apresenta uma formação córnea recoberta ou não por pêlos, sendo denominada machinho. O boleto deve ser contínuo à canela sem saliências laterais ou anteriores.

        Quartela: Ã‰ a região da falange proximal e média entre o boleto e a coroa do casco. Deve apresentar-se sem desvios laterais e também devemos avaliar o seu tamanho e sua inclinação. A quartela ideal é a que possui tamanho médio, proporcional ao membro. A quartela curta não permite correto amortecimento dos impactos do membro com o solo diminuindo a comodidade do andamento, enquanto que a longasobrecarrega os tendões flexores, que mantém a inclinação da quartela. Normalmente a inclinação da quartela dos membros posteriores é pouco mais acentuada que a inclinação da paleta.

        Casco: Os cascos dos membros posteriores diferem somente pela sua forma mais alongada, quando comparados aos cascos dos membros anteriores que são mais arredondados.


Aprumos

        O aprumo, posição vertical dos membros, é o correto posicionamento para a sustentação e equilíbrio do cavalo em estação ou movimento. A troca dos apoios dos cascos é influenciada pela direção assumida pelos membros em relação ao solo. O aprumo correto possibilita melhor distribuição do peso nas articulações, força adequada de tração nos músculos, nos tendões e ligamentos.

        Os aprumos dos  membros dos cavalos pode ser avaliado por meio de linhas imaginárias as quais são instrumentos ideais para análise visual da direção dos membros. Esta análise deve ser realizada em superfície plana, onde os membros anteriores e membros posteriores e determinadas regiões são comparados com as linhas imaginárias de forma individual e em conjunto, de frente, de perfil e de trás.

Universidade Federal do Paraná
Pesquisa, Ensino e Extensão em Equideocultura

R. dos Funcionários, 1540 - Juvevê
80035-050 | Curitiba | PR
grupeequi@yahoo.com.br
(41) 3350-5625
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UFPR nas Redes Sociais


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